SATÉLITE SOHO REGISTRA COMETA RUMANDO CONTRA O SOL

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A cena é típica de um filme de ficção científica, em que naves espaciais disparam poderosos feixes de raios lasers contra um planeta inimigo. Apesar de parecida, a cena ocorrida no último sábado foi bem real e retrata dois eventos bastante distintos, de um cometa que parece se chocar e explodir contra o Sol.


Na cena, um brilhante cometa da família Kreutz surge repentinamente no coronógrafo de ângulo estreito Lasco C2 do telescópio SOHO e durante 12 horas é atraído implacavelmente pela gravidade do Sol, até sublimar por completo devido ao intenso calor da estrela.

Apesar de ser um evento comum, o que chama atenção é que quase no mesmo instante uma gigantesca ejeção de massa coronal, CME, ocorre no limbo ocidental do Sol dando a nítida impressão de que o cometa se chocou contra a estrela e provocou a explosão.

Até o momento, não existe qualquer comprovação científica de que cometas que sublimam próximo ao Sol possam causar instabilidades magnéticas que culminem em ejeções de material coronal. Centenas de cometas similares já derreteram na mesma zona solar e não produziram qualquer evento semelhante. No entanto, por diversas vezes o fenômeno foi observado sem que houvesse regiões significativamente ativas capazes de justificar uma CME logo na sequência da sublimação.

Por serem coincidências relativamente corriqueiras, são alvos de profundos estudos dos físicos solares que tentam relacionar os dois eventos, mas até agora sem sucesso.

Também é importante notar que são raros os cometas que chegam a atingir a alta atmosfera da estrela. Normalmente, cometas da família Kreutz sublimam (passam do estado sólido diretamente para o estado gasoso) entre 100 mil e 200 mil km de altitude. Apenas alguns fragmentos maiores conseguem sobreviver ao calor escaldante e penetrar essa região do Sol.


Família Kreutz
A família Kreutz é composta de uma série de fragmentos de um grande cometa que se partiu há mais de 2 mil anos. Diariamente, diversos desses fragmentos passam próximo ao Sol e se desintegram, mas como a maioria é muito pequena, acabam passando despercebidos. Ocasionalmente, alguns pedaços maiores chamam a atenção e são registrados pelo telescópio e vistos pelos observadores.

Os objetos da família Kreutz foram assim batizados após terem sido descobertos, no século 19, por um jovem astrônomo chamado Dirk Peeters Kreutz.



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