Morte de centenas de golfinhos na costa do Peru intriga autoridades
24-04-2012
Autoridades do Peru ainda tentam descobrir o motivo do aparecimento de centenas de golfinhos mortos nas praias do norte do país nos últimos meses.
Entre fevereiro e abril, foram encontradas 877 carcaças. Quase 90% eram da espécie golfinho-comum-do-bico-fino (Delphinus capensis). O restante, de botos-de-burmeister (Phocoena spinipinnis).
O ministro do Meio Ambiente do Peru, Gabriel Quijandria, disse que os estudos para desvendar a morte dos animais ainda estão incompletos, mas que a hipótese mais provável seja uma infecção viral. "Existem artigos científicos sobre a incidência do morbilivírus, um tipo de cinomose em cetáceos. Isso pode ser comprovado na próxima semana", disse.
Quijandria também afirmou que o país espera receber ajuda de especialistas da NOAA, agência americana de administração oceânica e atmosférica, para descobrir se os animais tinham algum tipo de vírus.
Mas o grupo ambientalista peruano Orca diz que a provável causa das mortes são as ondas sonoras emitidas pelos trabalhos da companhia de petróleo BPZ Energy, empresa com sede em Houston, EUA, que explora a costa norte-peruana. Os testes foram realizados entre 8 de fevereiro e 8 de abril.
Rafael Zoeger, gerente da companhia no Peru, disse que os estudos sísmicos feitos pela empresa foram realizados com um navio que disparava descargas de ar comprimido em direção ao solo marinho. Essa "arma de ar", de uso comum entre companhias de petróleo, emite sons e envia pulsos subaquáticos. Zoeger não acredita que os animais tenham morrido devido à exploração de petróleo.
Quijandria também não acredita que as mortes tenham sido resultadas dos testes. "Até agora, não existe evidência ligando a morte dos golfinhos com os trabalhos sísmicos".
Diversos pesquisadores estão estudando o efeito das "armas de ar" nos mamíferos marinhos. Um deles é George Ioup, professor de física na universidade de Nova Orleans. Ele afirmou que a questão ainda está "em aberto".
ENCALHE
Centenas de golfinhos aparecem mortos nas praias em várias partes do mundo, embora o número de animais contabilizado no norte do Peru ter sido particularmente alto. O ministro do Meio Ambiente do país disse que o país não via uma quantidade de carcaças tão grande de há tempos.
Katie Moore, gerente do IFAW (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal) em Massachusetts, afirmou que algumas áreas do mundo tendem a ser pontos-chave para encalhes em massa de baleias e golfinhos. Alguns exemplos são o Cabo Cod, na costa americana e as costas da Austrália e Nova Zelândia.
"Durante o último inverno, tivemos mais de 200 golfinhos aqui no Cabo Cod. Nós presenciamos encalhes em massa diversas vezes ao ano. Geralmente, as causas desses eventos não são determinadas, o que é frustante", afirmou Moore.
Enviado por Rodrigo Martin
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/...
Mais imagens: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/7360-golfinhos-mortos
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