Uma confissão da DIA: o monstro Estado islâmico é uma criatura US & Para analisar: O Oriente Médio e A Besta do Apocalipse ( Bíblia, Cristianismo, Escatologia, Islamismo)

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O ex-DIA Chefe Michael Flynn em Al Jazeera
Uma confissão da DIA: o monstro Estado islâmico é uma criatura US



Aqui o vídeo é em inglês:

Publicado em 4 de ago de 2015
De quem é a culpa para a ascensão de ISIL?
Mehdi Hasan vai cabeça a cabeça com Michael T. Flynn, ex-chefe da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, sobre como lidar com ISIL e Irã.


O Lt General Michael Flynn pediu demissão do seu cargo de chefe da agência de inteligência do Pentágono em abril de 2014, para surpresa geral.

O ex-chefe da DIA (Defense Intelligence Agency) de forma clara e publicamente disse que o advento do Estado islâmico foi uma decisão tomada conscientemente pela Casa Branca.

A Casa Branca decidiu apoiar os rebeldes armados na Síria, apesar das advertências dos serviços de inteligência prevendo o advento do grupo Estado Islâmico.
 Extraído de: http://www.foreignpolicyjournal.com/2015/08/07/rise-of-islamic-state-was-a-willful-decision-former-dia-chief-michael-flynn/

Oficial confirma que EUA não fizeram nada para evitar criação do Estado Islâmico

© AP Photo/ Jake Simkin
Mundo

Estado Islâmico: escalada do terror

Em uma entrevista concedida recentemente à al-Jazeera, o tenente general Michael Flynn confessou que Washington sabia bem do perigo do surgimento de um grupo extremista.

Foi ainda em 2012 que uma nota secreta, preparada pela Agência de Inteligência da Defesa (DIA) dos EUA, advertia sobre a possibilidade de fusão de grupos rebeldes de tendências islamistas em um grupo consolidado e forte. O governo dos EUA sabia da nota e do seu conteúdo. E mesmo assim, não fez nada, informa Michael Flynn, ex-chefe da DIA. “Eu acredito que foi uma decisão. Eu acredito que foi uma decisão pensada”, disse Flynn, falando na entrevista.
O documento em questão, recentemente desclassificado, analisa a situação no Iraque pós-guerra. Até aparece o nome Estado Islâmico – referindo-se ao Estado Islâmico do Iraque, um grupo mais ou menos local. Porém, já naquela altura o grupo tinha grandes ambições, segundo a nota:
“Isso cria a atmosfera ideal para o ramo iraquiano para al-Qaeda voltar aos seus velhos esconderijos em Mosul e Ramadi, e também fomentará novamente tensões, sob o pretexto de unificar a jihad no Iraque e na Síria sunitas, assim como o resto dos sunitas do mundo árabe contra aqueles que eles consideram o inimigo principal – os infiéis. O Estado Islâmico do Iraque pode também declarar a criação de um Estado islâmico através dessa união com outras organizações terroristas no Iraque e na Síria, o que constituirá um grave perigo para a tarefa da unificação do Iraque e da proteção do seu território”.
Efetivamente, em abril de 2013, foi proclamada a criação do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL ou EIIS, com a S significando al-Shaam, Levante). E em 29 de junho de 2014, o EIIL proclamou a sua independência, nomeando o seu líder Abu Bakr al-Baghdadi como califa e reclamando ser um “califado universal”.
Agora, o Estado Islâmico, organização terrorista proibida em uma série de países, inclusive na Rússia, é um fator ativo da guerra no Oriente Médio, reconhecido como uma das maiores ameaças ao mundo.

 

Quais são os países que ficam no oriente?

 

Vão aí umas dicas:





Vejamos agora esses três Orientes.
O Próximo-Oriente
O Próximo-Oriente é constituído pela cultura árabe. Nem sempre foi assim. Tivemos, no passado, inúmeras culturas nesse mesmo espaço: a cultura suméria, a egípcia, a assiro-babilônica, a persa, a judaica, a grego-romana, a greco-bizantina etc. Hoje temos a volta dos judeus à Palestina, rompendo a antigo equilíbrio. Temos que assinalar que hoje (vide o mapa 2) confunde-se o Próximo-Oriente com o Oriente-Médio, principalmente no Brasil. Havendo um conflito na Palestina nossa impressa e mídia eletrônica fala de um conflito no Oriente-Médio, enquanto que a televisão alemã, em relação ao mesmo conflito se refere ao Próximo-Oriente (Konflikt in Nahosten). É como se o Próximo-Oriente não existisse mais! (8)
O Próximo-Oriente, segundo Guénon, começa nos confins da Europa e extende-se tanto pela parte da Ásia, mais próxima da Europa, quanto por toda a África do Norte. As populações bérberes da África do Norte não se confundem com os árabes, no entanto, na medida em que possuem uma unidade, esta é não somente muçulmana mas também árabe em sua essência. O grupo árabe, no mundo muçulmano, é primordial, pois é com ele que o Islão nasceu e é a língua árabe, a língua tradicional de todos os povos muçulmanos, qualquer que seja sua origem e raça. Ao lado grupo árabe, há dois outros grupos principais, o grupo turco-mongólico e o grupo persa. O primeiro compreende os turcos e os tártaros, que apesar de racialmente diferirem dos árabes, destes dependem culturalmente. Todos estes formam um conjunto que se opõe ao grupo persa, formando a separação mais profunda que existe no mundo muçulmano, separação que se exprime, ainda que não de todo extamente, dizendo que os primeiros são sunitas enquanto que os persas são xiitas. No entanto, grupos muçulmanos encontram-se também na Índia e na China. A Pérsia, por seu passado, raça, cultura e religião antiga, e mesmo geograficamente, deveria pertencer propriamente ao Oriente-Médio, mas hoje é inteiramente muçulmana.

O Oriente-Médio
O Oriente-Médio é constituído pelo universo cultural hindú (9). Propriamente deveria compreender duas civilizações: a hindú e a dos antigos persas, mas a segunda como vimos passou para o Próximo-Oriente, e os remanescentes parsis formam pequenos grupos na Índia e no Cáucaso. Então, essa civilização indiana, compreende, em sua unidade, povos de raças bem diversas, bem maiores que as diferenças encontradas em toda a Europa. No entanto, esses povos são portadores de uma mesma cultura, uma mesma língua culta: o sânscrito (10). Essa cultura hindú expandiu-se mais para o leste do que para o oeste, em certas regiões como a Birmânia, o Cambodja, a Tailândia e algumas ilhas da Oceânia. Sua maior influência deu-se através do budismo, em grande parte da Ásia central e oriental.

O Extremo-Oriente
O Extremo-Oriente constitui-se pelo universo da cultura chinesa. Extende-se ao Vietnã, Coréia. O Japão também está incluído, principalmente por ter adotado o sistema de escrita chinesa. Contudo, possui também uma cultura própria, com elementos bem característicos e diferenciados. Este mundo do Extremo-Oriente possui uma unidade racial bem mais acentuada do que os outros Orientes. O que unifica esta cultura é principalemnte a língua escrita chinesa comum. Poderíamos salientar que o Tibet, povo de raça chinesa, cuja língua pertence ao grupo sino-tibetano, voltou-se para a cultura hindú, tendo empregado inclusive um alfabeto derivado do alfabeto devanagari (11).

Extraído de: http://www.hottopos.com/mirand4/orientee.htm

 No Apocalipse diz que o ANTICRISTO vem o do ORIENTE!


29 de novembro de 2014

 

Meu Comentário: Este artigo foi escrito pelo brasileiro, Rodrigo Silva, autor do livro recém lançado, “The Coming Bible Prophecy Reformation” (o qual pode ser adquirido na Amazon, aqui). Eu tive o prazer de adquirir este livro no dia do seu lançamento e o recomendo fortemente para todos os que estudam as profecias relacionadas ao tempo em que vivemos. É interessante notar que esse artigo foi escrito em 2008, muito antes de vermos o surgimento do Califado na região do Iraque e da Síria, algo que o Rodrigo já acreditava que poderia ocorrer nessa região, devido as interpretações das profecias bíblicas, como você poderá comprovar ao ler o artigo. Como reforço para uma melhor compreensão da leitura, recomendo que assista aos vídeos que traduzi e legendei que tratam sobre o ISIS e sua possível relação com a antiga Assíria, aqui e aqui, pois poderão aumentar ainda mais o seu entendimento sobre o texto. Recomendo novamente, que também adquira o livro do Rodrigo, pois pelo que tenho lido de sua obra, ele faz muitos adendos que elucidam ainda mais os assuntos aqui abordados e com muito mais profundidade, já abrangendo os últimos eventos importantes, do ponto de vista escatológico, que temos visto no decorrer dos últimos anos até aqui, em 2014. Além disso, o livro trata de muitos outros temas que vão bem além do assunto abordado neste artigo.
por Rodrigo Silva,
 
Estudantes das profecias bíblicas sempre identificaram a besta do Apocalipse, capítulo 13, com o Império Romano em sua forma renascida. De acordo com este ponto de vista, a União Europeia seria o império profetizado do Anticristo. Depois de ler tantos livros proféticos escritos por autores com uma mentalidade ocidental, passei a acreditar que o Apocalipse, capítulo 13, de fato previa a ascensão de Roma no fim dos tempos, como a União Europeia e até escrevi sobre isso no meu artigo intitulado “A Grande Tribulação” até que um dia fiquei impressionado com o versículo que diz: “e a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os pés de um urso, e a sua boca como a de um leão …” (Apocalipse 13:2a).

Imediatamente, após este versículo quase pular para fora da página e me dar um tapa no rosto, percebi que este versículo não estava prevendo o renascimento de Roma, mas o renascimento dos antigos impérios grego, persa e babilônio, combinados em uma aliança geopolítica que vai ser a base do Anticristo. A besta do Apocalipse, capítulo 13, é uma besta composta e foi o quarto animal que Daniel viu e que não poderia descrever. Daniel, capítulo 7, nos fala sobre os reinos que surgiriam para governar o mundo e estes reinos são representados por quatro animais. O texto diz: “No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve Daniel um sonho e visões ante seus olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as coisas. Falou Daniel e disse:Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram- lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem. Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados; na boca, entre os dentes, trazia três costelas; e lhe diziam:Levanta- te, devora muita carne. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças, e foi- lhe dado domínio. Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.” (Daniel 7: 1-7).
Então o anjo explica a Daniel a interpretação da visão: “Cheguei- me a um dos que estavam perto e lhe pedi a verdade acerca de tudo isto. Assim, ele me disse e me fez saber a interpretação das coisas: Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade em eternidade. Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobejava; e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros.” (Daniel 7:16-20).
O anjo diz a Daniel que os quatro animais representam quatro reinos que surgiriam na terra. Todos os estudiosos conservadores identificam as primeiras três feras da seguinte forma: Primeiro besta: Um leão – Império Babilônico de 586 aC a 539 aC, Segunda besta: Um urso – Império Medo-Persa de 539 aC a 331 aC, Terceira besta: Um leopardo – Império Grego de 331 aC a 63 aC.
A quarta besta era tão terrível que Daniel era incapaz de descrevê-la. Tudo o que Daniel foi capaz de descrever eram os 10 chifres que tinha sobre a besta. Quando chegamos ao Apocalipse, capítulo 13, vemos que o animal visto pelo Apóstolo João também tinha 10 chifres: “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças …” (Apocalipse 13:1).
Observe que a besta sobe do mar, assim como em Daniel 7: “Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar.” (Daniel 7: 3).
O mar é uma referência ao mar Mediterrâneo e é simbolicamente usado para representar as nações dos gentios daquela região. O que João viu em Apocalipse, capítulo 13, foi o quarto animal visto por Daniel, que ele só poderia descrever como terrível e com 10 chifres. A maioria dos estudiosos das profecias identificam o quarto animal de Daniel com o Império Romano. Os 10 chifres do animal, representam 10 reis, o que crêem a maioria dos estudiosos é que eles serão 10 nações que sairão do Império Romano no fim dos tempos e muitos vêem a União Europeia como a base para estas 10 nações. A União Europeia tem atualmente 27 países membros e alguns estudiosos acreditam que pela profecia este número será reduzido para 10 que são os 10 reis da quarta besta.
O estudioso de profecias, Mark Hitchcock, escreve: “A Bíblia prevê que no fim dos tempos, o Império Romano reunificado será governado por um ‘grupo de dez’ líderes, ou uma oligarquia governante, muito parecido com o atual Conselho Europeu ou a Comissão Europeia. Curiosamente, a Comissão Europeia acaba de ser podada de 27 para 17 assentos. Isto poderia facilmente ser ainda mais reduzida para 10 assentos e o palco estaria definido para o Grupo dos Dez, previsto em Daniel, capítulos 2 e 7, e Apocalipse, capítulo 17. além disso, a nova presidência da UE (União Européia), com o seu prazo de até cinco anos, poderia facilmente definir o cenário para a ascensão de um homem para assumir a UE (União Européia) e usar esta plataforma para forjar alianças fundamentais e dominar o mundo, – exatamente como a Bíblia prediz“. [1]
Quando prestamos muita atenção para o corpo da besta em Apocalipse, capítulo 13, vemos que ele não representa o Império Romano apenas. O Império Romano pode ser representado por uma das sete cabeças da besta, como explicado em nosso artigo intitulado, O Reino do Anticristo: uma visão alternativa, mas o corpo da besta nos mostra que esta besta é uma combinação dos três primeiros animais de Daniel, que se tornou o quarto animal de Daniel, capítulo 7, e a besta do Apocalipse, capítulo 13. Se tomarmos o texto literalmente, descobrimos que a besta representa uma aliança entre os impérios grego, persa e da Babilônia. Em termos de hoje, isso seria uma aliança política entre a Síria, Irã e Iraque.
O Império Grego foi dividido em quatro grandes potências regionais, que são representados pelas quatro asas do leopardo e pelos quatro chifres que saíram do bode em Daniel, capítulo 8. Mais tarde, na história destas quatro potências regionais foram reduzidas a dois poderes regionais que dão origem a dinastia selêucida da Síria e a dinastia ptolomaica no Egito. Em Daniel, capítulo 11, lemos sobre as lutas entre o rei do Norte (a Síria) e o rei do Sul (o Egito), como os reis selêucidas pelejaram com os reis de Ptolomeu. Daniel, capítulo 11, passa a prever o surgimento de Antiouchus Epifânio que saiu da dinastia selêucida na Síria para vir contra os judeus e tentar destruir a religião judaica. Daniel 11:40-45, fala sobre o fim dos tempos e menciona o rei do Norte (a Síria) e o rei do Sul (o Egito) participando de batalhas, pouco antes de os dias de tribulação como visto em Daniel, capítulo 12.
Com base neste desenvolvimento de Daniel, capítulo 11, que menciona a Síria, o qual saiu do império grego como um dos principais jogadores no fim dos tempos, podemos concluir que o leopardo em Apocalipse 13:2 representa a Síria. Poderia incluir o Egito, desde que o Egito saiu da dinastia ptolomaica do Império Grego e é um dos reis a ser conquistado pelo Anticristo de acordo com Daniel 11:42. O império persa, representado pelo urso em Apocalipse 13:2, pode ser claramente visto hoje como o Irã, que apenas 73 anos atrás ainda era chamado de Pérsia. O leão em Apocalipse 13:2, que representou o império babilônico em Daniel, capítulo 7, foi reduzido para o que nós conhecemos hoje como geograficamente o Iraque. É interessante notar que a Babilônia (Iraque) torna-se o centro político e econômico do Oriente Médio e da capital do reino do Anticristo de acordo com Apocalipse 18. Ele é chamado de o rei de Babilônia, em Isaías 14:4 e de os assírios, em Isaías 14:25 e Miquéias 5:5-6. Estas passagens se referem a ele como sendo uma figura política a surgir na região da antiga Assíria e Babilônia. Isso aponta para o fato de que o Anticristo virá do Oriente Médio e não da União Europeia, como muitos esperam.
Mark Hitchcock escreve:

O mundo é meu, e eu sou Deus”: Um líder toma o poder através da união das potências militares e econômicas do Ocidente – declarando-se governante do mundo.

Um novo ditador mundial vai primeiro revelar-se no papel de um pacificador no Oriente Médio. Este evento terá lugar durante a primeira fase do Império Romano renascido, o quarto império mundial descrito por Daniel. Simbolicamente o novo líder mundial é descrito como “um outro pequeno chifre” que vai surgir a partir das dez oligarquias líderes que controlam o poder político e militar do Ocidente (Daniel 7:8).

Expositores da Bíblia concluíram que este governante que emerge, primeiramente irá subjugar três dos dez líderes originais e, em seguida, assumirá o controle de toda a coligação. Os líderes vão ceder o controle da nova União Europeia a este novo homem forte do momento. [2] (grifo meu)
Vemos claramente que Mark Hitchcock, que é considerado um dos principais estudiosos de profecia na América, acredita que o Anticristo virá do Ocidente a partir de dentro da União Europeia.
O Pastor Joseph Chambers do Ministério Paw Creek, escreveu um livro em 1996, intitulado: Um Palácio para o Anticristo. Neste livro, o Pastor Chambers escreve sobre a ascensão da Babilônia, no Iraque como a capital política do Anticristo. No capítulo 8 de seu livro intitulado “A Assíria e o Oriente Médio“, o Pastor Chambers escreve: “a sede do Anticristo, o Oriente Médio, é o centro de toda a terra, a Babilônia é o trono de Satanás; Jerusalém é o centro espiritual da revelação judaico-Cristã e será a sede do reino de Cristo. O Iraque é justamente chamado de o berço da civilização, pois o Jardim do Éden era no seu extremo sul, onde os rios Tigre e Eufrates se encontram pouco antes de entrarem no Golfo Pérsico. Procurar as atividades finais de Satanás em qualquer outra área que não o Oriente Médio é olhar em vão e em erro“.
O Pastor Chambers passa a explicar porque o Anticristo é um assírio. Na última página do capítulo, o Pastor Chambers escreve: “O Oriente Médio possui todos os elementos da preparação do Anticristo. Não há nenhuma outra área geográfica, no planeta Terra, onde o Anticristo possa aparecer que não seja o Oriente Médio. Aqueles que continuam a olhar apenas para o Mercado Comum Europeu como o movimento primário em direção ao Anticristo em breve serão desapontados“. [3]
Eu concordo totalmente com o Pastor Chambers de que o Anticristo tem que vir do Oriente Médio, não do Ocidente (Europa), como Mark Hitchcock e muitos outros acreditam.
Como vimos, a Síria, o Irã e o Iraque serão a base principal do império do Anticristo. É interessante notar que, em Daniel, capítulo 7, lemos que três dos dez chifres que representam reis de nações, serão conquistados pelo Anticristo durante sua ascensão ao poder. Daniel escreve: “Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; … e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros.” (Daniel 7:8,20).
O Anticristo, que é o chifre pequeno, aparece na cena política no Oriente Médio e conquista três dos primeiros chifres (reis). Será que estes três reis são os reis da Síria, Irã e Iraque já que estes são os três reinos que formam o corpo da besta em Apocalipse 13:2? Eu acredito que este é um cenário muito possível porque a atual evolução no Oriente Médio aponta para a Síria, o Irã e o Iraque como os principais jogadores no futuro do Oriente Médio. A Síria e o Irã estão se tornando aliados políticos e militares. O Iraque não está longe de tornar-se uma nação estável na região e o Irã se propõe a ajudar o Iraque a ter mais influência na região depois que os EUA retirarem suas tropas da nação.
Até agora, temos coberto a Síria, o Irã e o Iraque, como os reinos que formam o corpo da besta em Apocalipse 13:2. Estamos indo agora para expandir-se no fato de que o Anticristo virá do Oriente Médio e descobrir de onde no Oriente Médio, ele virá com base no texto bíblico. Em Apocalipse, capítulo 13, João descreve outra característica física da besta que Daniel não foi capaz de descrever. João escreve: “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.” (Apocalipse 13:1). A besta tem sete cabeças. Em Apocalipse, capítulo 17, nos é dito que as sete cabeças representam: “Aqui está o sentido, que tem sabedoria:as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.” (Apocalipse 17:9-10).
As sete cabeças da besta representam sete montanhas e sete reis ou reinos. Em Jeremias, lemos: “Pagarei, ante os vossos próprios olhos, à Babilônia e a todos os moradores da Caldéia toda a maldade que fizeram em Sião, diz o SENHOR. Eis que sou contra ti, ó monte que destróis, diz o SENHOR, que destróis toda a terra; estenderei a mão contra ti, e te revolverei das rochas, e farei de ti um monte em chamas.” (Jeremias 51: 24-25).
Nesta passagem, o Império Babilônico é comparada a uma montanha. Os sete reinos da montanha que João vê como as cabeças da besta são:
1 Egito 2 Assíria 3 Babylon 4 Medo – Pérsia 5 Grécia
Estes são os cinco que tinham caído quando o anjo estava explicando o significado das sete cabeças para João.
6 Roma
Isso é o que era (é), quando João estava recebendo a visão.
7 Otomano
Este é o que tinha de continuar por um curto período de tempo. A divisão do império romano em duas seções conhecidas como, Oriente e Ocidente. O Império Romano do Ocidente durou até 476 dC. O Império Romano do Oriente durou até cerca de 1453 dC, quando ele finalmente caiu pelo Califado Islâmico dos turcos otomanos. O sétimo reino que iria continuar por um curto espaço seria o império otomano. O Império Otomano caiu com a Primeira Guerra Mundial, com a assinatura do Armistício de Mudros, em 30 de outubro de 1918. Este foi seguido, 13 dias mais tarde, com a ocupação de Istambul. Sob os termos do Tratado de Sèvres, o Império Otomano perdeu seus territórios do Oriente Médio, que se tornaram mandatos da Grã-Bretanha e da França.
Com exceção da parte ocidental dos impérios grego e romano, o Oriente Médio foi a principal região geográfica que estava sob o domínio dos outros cinco reinos, acima mencionados. Baseado neste fato, concluímos que o Anticristo virá do Oriente Médio, não da Europa Ocidental, como muitos ensinam. Em Apocalipse, capítulo 13, também lemos: “Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;” (Apocalipse 13:3).
Uma das cabeças da besta, que representa um reino do passado, parece sofrer um ferimento fatal, a ponto de morte, mas essa ferida fatal fica curada perto do período da Tribulação fazendo com que o mundo inteiro se maravilhe, seguindo a besta. O único dos sete reinos mencionados acima, que foi ferido de morte foi a Assíria. Os outros seis reinos ainda existem hoje na forma de nações como se segue:
Império egípcio como o Egito Império babilônico como o Iraque Império Medo-Persa como o Irã e o Curdistão Império grego como a Macedônia, a Síria e outros setores do Oriente Médio da dinastia selêucida Império Romano como a Europa, na maior parte Império Otomano como a Turquia
O fato de que a ferida mortal fica curada sugere que a Assíria vai voltar no futuro, como um reino que irá trazer o Anticristo. Isto é interessante porque em Apocalipse, capítulo 17, lemos: “E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (Apocalipse 17:11).
O animal era um dos sete reinos, não foi durante o tempo em que João estava escrevendo e se torna o oitavo reino para ir para a destruição durante a Tribulação. Como a Assíria está curada da ferida mortal, ele terá uma dupla existência fazendo com que seja um dos sete e será o oitavo. Temos que tomar conhecimento do fato de que a palavra ‘besta‘ refere-se principalmente a um reino, e não à uma pessoa. Este fato pode ser visto em Daniel, capítulo 7, como os quatro animais que se erguem do mar representam quatro reinos ou impérios, não quatro pessoas. Mas pode um império bestial levantar dos mortos: Isto é o que diz o Apocalipse a respeito de uma besta (reino) levantar dos mortos: “Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará,” (Apocalipse 11:7).
a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição.” (Apocalipse 17: 8).
Os dois versículos acima dizem que a besta vai subir do abismo. A palavra grega traduzida como poço sem fundo é a palavra abussos e se refere a um poço muito profundo ou abismo nas partes mais baixas da terra usada como o receptáculo comum dos mortos e, especialmente, como a morada dos demônios, de acordo com a definição da Strong. Em Lucas, capítulo 8, lemos: “Perguntou- lhe Jesus:Qual é o teu nome? Respondeu ele:Legião, porque tinham entrado nele muitos demônios. Rogavam- lhe que não os mandasse sair para o abismo.” (Lucas 8:30-31).
Nesta passagem Jesus está expulsando os demônios de um homem. Os demônios pedem a Jesus para não enviá-los para o abismo. A palavra grega traduzida como abismo nesta passagem é a mesma palavra grega traduzida como abismo no Apocalipse. Não estariam as passagens do Apocalipse parecerem estar se referindo a um demônio subindo do abismo e não ao reino da Assíria, desde que abussos é a morada de demônios? É muito comum nas Escrituras encontrar um demônio como a força por trás de um reino. Em Daniel lemos que ambos os reinos da Grécia e da Pérsia tinham uma entidade demoníaca por trás deles: “Então, me disse:Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar- te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar- me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. … E ele disse:Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe.” (Daniel 10:12-13,20-21).
Nesta passagem, lemos sobre um ser celestial que veio para dizer a Daniel que suas orações seriam respondidas. Então o ser celeste passa a explicar que ele levou 21 dias para chegar até Daniel porque uma entidade demoníaca chamada de “o príncipe do reino da Pérsia” tinha-lhe resistido ao ponto de ter que o Arcanjo Miguel vir e ajudá-lo a enfrentar o príncipe demoníaco da Pérsia. Até o final do versículo 21, o ser celestial diz a Daniel que ele ainda tem que lutar contra a vinda do príncipe demoníaco da Grécia. Esta passagem nos mostra que os reinos dos homens têm forças demoníacas que operam nos bastidores e as passagens do Apocalipse, de fato, podem estar se referindo ao poder demoníaco que estava por trás do império assírio, como ascendendo a partir do poço sem fundo, para mais uma vez ser o poder por trás do ressuscitado reino assírio.
Como a Assíria deixou de existir como um reino por volta de 2600 anos atrás, o seu príncipe demoníaco foi confinado ao abismo, mas como a Assíria levanta dos mortos, a entidade demoníaca que foi a força motriz por trás da Assíria nos tempos antigos subirá do abismo para ser a força motriz por trás da Assíria novamente, no fim dos tempos. Lemos que o poço do abismo será aberto em Apocalipse, capítulo 9, liberando muitas criaturas demoníacas sobre a terra. A entidade demoníaca que era a força por trás da antiga Assíria pode ser lançada na época para dar apoio sobrenatural para a uma nova nação chamada de Assíria. Isso não quer dizer que o próprio Anticristo será o anjo caído que sobe do abismo, como alguns têm ensinado. O Anticristo será um homem, pois ele é chamado de: o homem do pecado (2 Ts 2:3). Assim como os reis da Pérsia e da Grécia eram homens que tinham o apoio de criaturas demoníacas, o Anticristo também será um homem que terá o apoio da entidade demoníaca que foi e será a força motriz da Assíria.
Nós, que estudamos as profecias sabemos que, com exceção do estado eterno mencionado em Apocalipse, capítulos 21 e 22, não há nada de novo no livro de Apocalipse que não foi mencionado pelos profetas do Antigo Testamento. Se o livro de Apocalipse aponta para um reino assírio no fim dos tempos como a nação do Oriente Médio, de onde o Anticristo virá, os profetas do Antigo Testamento devem ter tido algo a dizer sobre a conexão assíria no final dos tempos. De fato, os profetas Isaías e Miquéias tinham um monte de informações para darem sobre o Anticristo, como o assírio, e vamos dar uma olhada mais de perto nessas passagens.
Antes de examinar o texto bíblico a respeito do Anticristo como que vindo da Assíria, deixe-me primeiro apontar que muitos bons estudiosos das profecias acreditam que o termoassíriopode não estar se referindo a uma nação assíria literal para vir a se tornar um Estado independente no futuro, mas para a área geral dominada pelo império assírio. As nações modernas que ocupam a área geográfica do antigo império assírio incluem: Turquia, Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e Irã Ocidental.
De acordo com este ponto de vista, o anticristo poderia ser de qualquer um desses países mencionados acima. Aqueles que acreditam que o Anticristo virá de um ponto da Turquia, apontam para Ezequiel, capítulo 38, que menciona Gog da terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. Eles conectam Gog com o Anticristo e dizem que a palavra Gog vem da palavra Giges em Lydia e refere-se ao oeste da Ásia Menor, a Turquia. A visão mais popular sobre Ezequiel, capítulo 38, é a de que Gog é um título, assim como Faraó, César, ou Czar e que, Gog, é o líder da terra de Magog, que foi chamado Scythia pelos gregos de acordo com Josephus. Scythia era uma nação localizada ao norte dos mares Negro e Cáspio e é geograficamente conhecido hoje como o sul da Rússia.
Aqueles que acreditam que o Anticristo virá do Líbano, apontam para Ezequiel, capítulo 28, onde lemos sobre o juízo de Deus sobre o príncipe de Tiro para fazer a si mesmo como Deus. A figura histórica referida em Ezequiel, capítulo 28, é Ethbaal que era o príncipe de Tiro durante o tempo de Ezequiel e alguns acreditam que ele era um tipo do Anticristo, porque ele também irá anunciar ser Deus (2 Tessalonicenses 2:4).
Alguns acreditam que o Anticristo virá da Jordânia, pois a área da Jordânia moderna estava sob o domínio assírio, embora não haja referências bíblicas que apontem para um Anticristo Jordaniano. De fato, vemos o oposto em Daniel 11:40-45, onde lemos que Edom, Moabe e os filhos de Amom, que foram localizados na região da atual Jordânia escaparam da mão do Anticristo durante sua conquista militar do Oriente Médio.
Aqueles que acreditam que o Anticristo virá da Síria dizem que ele é o rei do norte de Daniel 11:40. O rei do norte em Daniel, capítulo 11, é sempre uma referência para a Síria. A visão mais popular é que o rei do norte não é o Anticristo, mas o rei da Síria, que luta contra o Anticristo juntamente com o Egito, o rei do sul durante a sua conquista militar do Oriente Médio. Eu prefiro o último ponto de vista, porque, como vimos acima, a Síria pode ser um dos três reis a serem conquistados por ele durante sua ascensão ao poder e, em seguida, passa a fazer parte da descrição física da besta em Apocalipse 13:2, como simbolizado pela leopardo.
Aqueles que, como eu, acreditam que ele virá do Iraque, apontam para Isaías 14:4, onde o Anticristo é chamado de “o rei da Babilônia” e Isaías 10:12, onde ele é chamado de “o rei da Assíria”. No que diz respeito a questão do Irã, não encontramos nenhuma referência bíblica que aponte para um Anticristo Iraniano. Eu, pessoalmente, acredito que quando a Bíblia chama de Anticristo “a Assíria”, ele está se referindo a ele como sendo de uma nação assíria literalmente renascida no futuro e vou explicar o porquê.
Em Miquéias, lemos: “E tu, Belém- Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo em que a que está em dores tiver dado à luz; então, o restante de seus irmãos voltará aos filhos de Israel. Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do SENHOR, na majestade do nome do SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, porque, agora, será ele engrandecido até aos confins da terra. Este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes dentre os homens. Estes consumirão a terra da Assíria à espada e a terra de Ninrode, dentro de suas próprias portas. Assim, nos livrará da Assíria, quando esta vier à nossa terra e pisar os nossos limites.” (Miquéias 5:2-6).
No versículo 2, lemos sobre o nascimento de Jesus em Belém. No versículo 5, lemos que este homem, Jesus, que nasceu em Belém será a paz dos judeus, quando a Assíria invadir Israel. No final do versículo 5 e no início do versículo 6, lemos que Israel vai levantar sete pastores e oito príncipes dentre os homens, provavelmente uma referência para os líderes políticos e militares israelenses que vão consumir a terra da Assíria à espada (poder militar), e a terra de Ninrode. Veja Zacarias 12:6. Então, no final do versículo 6, lemos que ele (o homem nascido em Belém) vai libertar Israel da Assíria, quando ele entra nas fronteiras israelenses.
Observe que Jesus vai libertar Israel da Assíria, que vem da terra de Nimrod. A terra de Nimrod era estabelecida na terra de Sinar. Em Gênesis, lemos: “Cuxe gerou a Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. Foi valente caçador diante do SENHOR; daí dizer- se:Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR. O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Daquela terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote- Ir e Calá. E, entre Nínive e Calá, a grande cidade de Resém.” (Gênesis 10: 8-12).
Note-se que o início do reino de Nimrod foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar. Então, da terra saiu Assur (hebraico para Assíria) e edificou Nínive, a cidade Reobote e Calá, e Resém entre Nínive e Calá. Todas essas cidades foram estabelecidos na terra de Sinar, também conhecida como o país da Babilônia que é a área geral do atual Iraque. Nínive, que mais tarde tornou-se a capital da Assíria ainda hoje existe e está localizado perto da cidade de Mosul, no norte do Iraque. Micah saiu do seu caminho para nos informar que o Anticristo será, etnicamente, um assírio que vai surgir na região da antiga Assíria e Babilônia, também chamado de terra de Sinar, hoje conhecida como o Iraque. É interessante notar que 8% da população do Norte do Iraque é Assíria e eles estão trabalhando muito duro em direção de terem um estado independente assírio no Iraque.
Se a Assíria se tornar uma nação independente no futuro, ela poderia muito bem se encaixar na descrição do chifre pequeno de Daniel 7:20-24. É interessante notar que o próprio Deus menciona a Assíria como uma nação existente durante o Milênio: “Naquele dia, haverá estrada do Egito até à Assíria, os assírios irão ao Egito, e os egípcios, à Assíria; e os egípcios adorarão com os assírios. Naquele dia, Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra; porque o SENHOR dos Exércitos os abençoará, dizendo:Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança.” (Isaías 19:23-25).
Para a Assíria entrar no Milênio como uma nação, primeiro ela deve renascer, antes do início do Milênio.
Ele começa a fazer sentido para mim quando Isaías chama o Anticristo de “o rei de Babilônia” em Isaías 14:4 e de “o assírio” em Isaías 14:25. Ele será um assírio que se levanta de um estado recém-renascido, chamado Assíria, no Iraque e, eventualmente, torna-se o rei de Babilônia quando ele conquista o Iraque como um dos três reis que caem diante dele, que então se torna uma das nações que são descritas na descrição física da besta em Apocalipse 13:2. O Iraque é a Babilônia, que é simbolizada pelo leão na descrição da besta. Mas o que acontece com o título de “príncipe de Tiro”? Isso não faz dele um libanês? Se Ezequiel estava realmente referindo-se ao Anticristo, como o príncipe de Tiro, a única explicação plausível que posso dar é esta: O Anticristo vai se tornar ambos, tanto o rei da Babilônia quanto o rei de Tiro, quando ele conquista o Iraque e o Líbano e torna a capital comercial destas nações, parte do seu reino, mas o que não o exclui de ser etnicamente um assírio que sobe de uma nação renascida recém-assíria no Oriente Médio, o que provavelmente irá ter lugar dentro da região do Iraque.
Isaías também se referiu a ele como o assírio. Em Isaías 30, lemos algo muito interessante: “O SENHOR fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o golpe do seu braço, que desce com indignação de ira, no meio de chamas devoradoras, de chuvas torrenciais, de tempestades e de pedra de saraiva. Porque com a voz do SENHOR será apavorada a Assíria, quando ele a fere com a vara.” (Isaías 30:30-31).
Este versículo diz que o assírio será destruído pela voz do Senhor. Poderia ser isso o que Paulo tinha em mente quando escreveu? “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. … então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.” (2 Tessalonicenses 2:3-4,8).
Aqui, Paulo diz que o Anticristo será destruído pelo sopro da boca do Senhor, assim como Isaías escreveu que pela voz do Senhor será o assírio destruído. Embora Paulo e Isaías usem termos diferentes, a idéia é a mesma.
Em Daniel, lemos: “e também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e parecia mais robusto do que os seus companheiros.” (Daniel 7:20).
E em Isaías lemos: “Por isso, acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então, castigará a arrogância do coração do rei da Assíria e a desmedida altivez dos seus olhos; porquanto o rei disse:Com o poder da minha mão, fiz isto, e com a minha sabedoria, porque sou inteligente; removi os limites dos povos, e roubei os seus tesouros, e como valente abati os que se assentavam em tronos.” (Isaías 10:12-13).
Este rei da Assíria fala arrogantemente, tem uma desmedida altivez dos seus olhos e é muito intrépido (se sente muito bem sobre si mesmo) como a figura mencionada em Daniel. Aqueles que pensam que Isaías, capítulo 10, estava se referindo da volta do rei da Assíria, dos tempos de Isaías, sugiro a leitura de Isaías, capítulos 10 e 11, sem olhar para divisão de capítulo. Irá notar que ambos os capítulos estão conectados, terminando com o reino milenar de Cristo e da salvação de Israel pela mão do Senhor.
Alguns podem objetar a visão de que o Anticristo será de origem assíria por causa de um verso encontrado em Daniel 9: “e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.” (Dan 9:26b).
O povo do príncipe que há de vir, que destruiu a cidade (Jerusalém) e o santuário (O Segundo Templo) foram os romanos. Com base neste versículo, muitos concluem que o príncipe (o Anticristo) será de origem romana. Alguns até acreditam que ele será um italiano, mas a opinião geral é de que ele virá do Ocidente. O problema é que Roma nos tempos antigos era um império, e não apenas uma cidade. Na verdade, algumas das legiões romanas estavam localizadas em áreas conhecidas hoje como a Síria, o Líbano, a Jordânia e o Iraque, por isso, é plausível concluir que os soldados romanos que estavam envolvidos na destruição do Segundo Templo eram de ascendência árabe e assíria. { Nota do Tradutor: para mais informações sobre esse assunto, recomendo a leitura desse artigo: Escatologia – Daniel 9:26 – Quem são as pessoas do príncipe que há de vir? }
Conclusão
Muitos bons estudantes de profecias ao longo dos séculos ensinaram que a besta do Apocalipse, capítulo 13, refere-se a um império romano restaurado nos últimos dias e que a União Europeia seria o reino profetizado do Anticristo. Muitos bons estudantes de profecias ainda ensinam isso hoje e confesso que eu também acreditava na mesma coisa há algum tempo. Mas, quando vamos olhar mais de perto a descrição física da besta do Apocalipse, capítulo 13, vemos que os animais descritos apontam para os antigos reinos do Oriente Médio que seriam ressuscitados na forma de nações para tornarem-se a base política do Anticristo. Estes animais descritos no Apocalipse não podem estar apontando para um anticristo Europeu se vamos tomar o texto bíblico, literalmente, quando estamos a comparar a visão de Daniel dos animais com a visão de João da besta final.
Deus te abençoe!
05/07/2008
Notas:
[1] http://www.prophecyhotline.com/?p=135#more-135
[2] http://www.prophecyhotline.com/?cat=15
[3] Joseph Chambers, A Palace for the Antichrist, News Leaf Press, 1996, páginas 136 e 142

** { Nota do Tradutor: também recomendo a leitura do material criado pelo Moacir R. S. Junior que apresenta parte do que é abordado aqui de maneira gráfica, o link desse material está aqui. }
* Artigo traduzido por mim, link original aqui: The Middle East and the Beast of Revelation

Extraído de: http://dcvcorp.com.br/?p=876

O que é Oriente:

Oriente é um dos pontos de orientação pelo Sol, é o lado do horizonte onde o Sol aparece pela manhã e que indica o leste ou oriente (que significa nascente).
Oriente, na conotação política, é o conjunto dos países situados a leste da Europa e compreende a Ásia, parte da África e parte da Europa (o leste europeu).

Oriente e Ocidente

Oriente e Ocidente são divisões criadas durante a crise do Império Romano, quando no ano de 286, para evitar os constantes conflitos, o imperador Diocleciano reorganizou a estrutura de poder. O império foi dividido em duas partes: o Oriente sob seu comando e o Ocidente, confiado a Maximiano.
Até o final do século IV, o Império Romano permaneceu unificado. Em 395, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano em duas partes: Império Romano do Ocidente, com capital em Milão, e o Império Romano do Oriente com capital em Constantinopla, que se transformou em Império Bizantino.

Oriente Médio

O Oriente Médio é uma das quatro regiões da Ásia e está situado na sua porção sudeste, é a ponte de ligação entre esse continente, a Europa e a África. É uma região delimitada pelos mares Negro, Mediterrâneo e Vermelho, pelo Golfo Pérsico e pelo Mar Arábico, no Oceano Índico, e na sua porção norte por um mar interior – o Mar Cáspio. O Golfo Pérsico é chamado de Golfo do petróleo, porque ali se concentra a maior produção de petróleo da região e do mundo.
O Oriente Médio compreende 17 Estados ou países, são eles: Turquia (parte asiática), Síria, Chipre, Líbano, Israel, Egito (parte asiática), Jordânia, Iraque, Kuwait, Irã, Arábia Saudita, Barein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Omã e o Afeganistão.

Extremo Oriente

Extremo Oriente também chamado de Ásia Oriental ou Leste europeu é uma das quatro regiões da Ásia e está localizada a leste do Continente. Os países que fazem parte do Extremo Oriente são: Japão, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Taiwan, China (país mais populoso do mundo), Mongólia e Macau e Hong Kong.

Extraído de: http://www.significados.com.br/oriente/

 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014



ISIL consolida-se

1/8/2014, [*] Patrick Cockburn, LRB, vol. 36, n. 16, p. 3-5
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Fosse qual fosse o objetivo de os EUA terem invadido o Iraque em 2003 e de tantos esforços para derrubar Assad na Síria desde 2011, com certeza não o fizeram para ver surgir um estado jihadista que só faz crescer no norte do Iraque e Síria, comandado por movimento cem vezes maior e muito mais bem organizado que a al-Qaeda de Osama bin Laden. A guerra ao terror, pela qual se feriram de morte as liberdades civis e na qual se consumiram centenas de bilhões de dólares, falhou miseravelmente.

Presença do ISIS/ISIL na Síria e no Iraque
Com a atenção do mundo focada em Ucrânia e Gaza, o Estado Islâmico no Iraque e Síria (ing. ISIL) capturou um terço da Síria além do um quarto do Iraque que já capturara em junho. As fronteiras do novo califato [1] declarado dia 29/6/2014 pelo ISIL estão crescendo dia a dia e já cobrem superfície maior que a Grã-Bretanha e habitada por pelo menos 6 milhões de pessoas, população maior que da Dinamarca, Finlândia ou Irlanda.

Em poucas semanas de combates na Síria o ISIL já se estabeleceu como força dominante da oposição síria, deslocando a afiliada oficial da al-Qaeda, Frente al-Nusra, na província de Deir Ezzor, rica em petróleo, depois de executar seu comandante local, quando tentava fugir. No norte da Síria, cerca de 5 mil combatentes do ISIL estão usando tanques e artilharia que capturaram do exército iraquiano em Mosul, para sitiar meio milhão de curdos no enclave onde vivem em Kobani, na fronteira turca. 

Na Síria central, perto de Palmyra, ISIL combateu contra o exército sírio para assumir o controle do campo de gás de al-Shaer, um dos maiores do país, num ataque surpresa que deixou cerca de 300 soldados e civis mortos. O exército precisou de vários contra-ataques, até que finalmente retomou o controle do campo de gás, mas o ISIL está controlando grande parte da produção de gás e petróleo da Síria. O Califato é pobre e isolado, mas seus poços de petróleo e as estradas que controlam garantem-lhe renda considerável, além do que a guerra permite saquear.

O nascimento do novo estado é a mudança mais radical na geografia política do Oriente Médio desde que o Acordo Sykes-Picot foi implementado no fim da Iª Guerra Mundial. 

Acordo Sykes-Picot - 1916 (Oriente Médio)
Contudo, essa transformação explosiva criou surpreendentemente pouco alarme internacional, nem mesmo entre os que, no Iraque e Síria, ainda não estão sendo governados pelo ISIL. Políticos e diplomatas tendem a tratar o ISIL como se fosse uma espécie de partido beduíno que surge repentinamente em pleno deserto, vence vitórias espetaculares e em seguida recolhe-se para suas fortalezas, deixando o status quo praticamente inalterado. É cenário possível, mas cada dia menos provável, à medida que o ISIL consolida o próprio poder numa área que rapidamente se vai estendendo do Irã ao Mediterrâneo.

A própria velocidade e o inesperado do surgimento e da ascensão têm induzido líderes regionais e ocidentais a desejar que a queda do ISIL e a implosão do Califato sejam igualmente rápidas e dramáticas. Mas tudo sugere que não passe de pensamento desejante, e a tendência parece ser que tudo ande na direção exatamente oposta, com os opositores do ISIL mais fracos dia a dia e cada vez menos capazes de resistir: no Iraque o exército não dá sinais de ter-se recuperado das derrotas iniciais e ainda não conseguiu um único contra-ataque bem-sucedido; na Síria, outros grupos de oposição, inclusive os experientes combatentes da Frente al-Nusra e de Ahrar al-Sham, estão desmoralizados e em desintegração, acossados de um lado pelo ISIL e, do outro, pelo governo Assad. 

Karen Koning Abuzayd
Karen Koning Abuzayd, membro da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria, diz que cada vez mais rebeldes sírios desertam para unir-se ao ISIL:

Eles veem que é melhor; são mais fortes, vencem batalhas, tomam territórios. Eles dizem “eles têm dinheiro, podem nos dar treinamento”.

É má notícia para o governo, que em 2012 e 2013 resistiu com sacrifício a assalto que recebeu de rebeldes muito menos bem treinados, organizados e armados que o ISIL; e que enfrentará dificuldades reais para impedir que as força do Califato avancem para oeste.

Em Bagdá houve choque e horror dia 10/6/2014, ante a queda de Mosul; e as pessoas perceberam que caminhões carregados de bandidos armados do ISIL estavam a uma hora de distância, de carro. Mas em vez de assaltar Bagdá, o ISIL tomou quase toda a província de Anbar, a grande província sunita que se estende pelo oeste do Iraque, na duas margens do rio Eufrates. Em Bagdá, com população de sete milhões, majoritariamente xiitas, as pessoas sabem o que esperar, se os assassinos antixiitas do ISIL capturarem a cidade; mas agarram-se à esperança de que a calamidade ainda não aconteceu.

Tivemos medo do desastre militar inicial, mas quem vive em Bagdá já se acostumou com crises ao longo dos últimos 35 anos – disse uma mulher.

Mesmo com o ISIL às portas dali, os políticos iraquianos continuaram com seus joguinhos, ocupados só com substituir o desacreditado primeiro-ministro Nouri al-Maliki.

É verdadeiramente surreal, se se ouve qualquer líder político em Bagdá, ele fala como se já não tivessem perdido metade do país − disse um ex-ministro iraquiano.

Ali al-Sistani
Voluntários partiram para o front depois de uma fatwa emitida pelo Grande Aiatolá  Ali al-Sistani, o mais influente clérigo xiita do Iraque. Mas esses combatentes já estão voltando para casa, reclamando que passaram fome e foram obrigados a usar as próprias armas e a pagar pela própria munição. O único grande contra-ataque lançado pelo exército regular e a recém organizada milícia local xiita foi ação desastrada em Tikrit, dia 15/7/2014, quando foram emboscados e derrotados com pesadas baixas. Não há nenhum sinal de que a natureza disfuncional do exército iraquiano tenha mudado.

Usaram só um helicóptero para dar apoio às tropas em Tikrit. Queria só saber: o que, afinal, aconteceu aos 140 helicópteros que o estado iraquiano comprou em anos recentes? – disse o ex-ministro.

O mais provável é que o dinheiro para pagar os 139 helicópteros que faltam tenha sido roubado. Há muitos estados completamente corruptos no mundo, mas poucos põem a mãos em US$ 100 bilhões, da venda de petróleo, por ano, para roubar. O principal objetivo de muitos oficiais sempre foi ter a maior mochila possível; e pouco se incomodam se os grupos jihadistas fizerem o mesmo. Conheci um empresário turco em Bagdá que contou que tivera um grande contrato de construção em Mosul ao longo dos últimos alguns anos. O emir local ou líder do ISIL, ainda conhecido então como al-Qaeda no Iraque, pedia US$ 500 mil dólares por mês, como “dinheiro de proteção”.

Cansei de denunciar a extorsão ao governo em Bagdá. Nunca fizeram nem jamais fariam coisa alguma, exceto dizer que eu podia acrescentar ao contrato o dinheiro que pagava à al-Qaeda – disse-me o empresário.

O emir acabou morto logo depois, e seu sucessor exigiu que o dinheiro de proteção aumentasse para US$ 1 milhão por mês. O empresário recusou-se a pagar; um de seus empregados iraquianos foi assassinado; e o homem mudou-se, com sua equipe turca e suas máquinas, para a Turquia.

Tempos depois, recebi mensagem da al-Qaeda dizendo que o preço voltara aos US$ 500 mil dólares e eu podia retornar – contou-me ele.

Aconteceu pouco antes de o ISIL capturar a cidade.

ISIS/ISIL desfila na conquista de Mosul
Ante esses fracassos, a maioria xiita do Iraque tem-se consolado com duas crenças que, se confirmadas, indicarão que a atual situação não é tão perigosa quanto parece. Dizem que os sunitas do Iraque revoltaram-se, e os combatentes do ISIL não passam de tropa de choque, ou uma espécie de combatentes de vanguarda de um levante provocado pelas políticas e ações antissunitas de Maliki. Tão logo Maliki seja substituído, como quase com certeza será, Bagdá oferecerá aos sunitas um novo acordo de partilha de poder com autonomia regional semelhante à de que os curdos gozam. Então, as tribos sunitas, ex-oficiais militares e Baathistas que permitiram que o ISIL assumisse a liderança da revolta sunita voltar-se-ão contra aqueles seus ferozes aliados. Apesar dos muitos sinais do contrário, xiitas de todos os níveis têm investido muita fé nesse mito, de que o ISIL é fraco e pode ser facilmente descartado por sunitas moderados, tão logo tenham alcançado o que querem. Um xiita disse-me:

É possível até que o ISIL nem exista, de fato. 

Desgraçadamente, não apenas o ISIL existe, como, ainda pior, é organização eficiente e cruel, que não tem intenção alguma de esperar pela traição dos seus aliados sunitas. Em Mosul já exigiu que todos os combatentes da oposição jurassem fidelidade ao Califato ou depusessem armas. No final de junho, início de julho, prenderam algo entre 15 e 20 comandantes do tempo de Saddam Hussein, inclusive dois generais. Grupos que exibiam fotos de Saddam receberam ordens para recolhê-las, ou enfrentar a punição. 

Não me parece provável que o resto da oposição militar sunita consiga levantar-se com sucesso contra o ISIL. Se quiserem fazê-lo, melhor agirem rápido, antes que o ISIL torne-se forte demais − disse  Aymenn al-Tamimi, especialista em grupos jihadistas.

Disse também que a ala supostamente mais moderada da oposição sunita nada fizera, quando os remanescentes da comunidade cristã em Mosul foram forçados a fugir, depois que o ISIL decretou que ou se convertessem ao Islã, ou pagassem um imposto especial, ou seriam executados. Membros de outras seitas e grupos étnicos denunciados como xiitas ou politeístas têm sido perseguidos, aprisionados e assassinados. Já vai longe o momento em que a oposição não-ISIL poderia ter tentado qualquer tipo de confrontação.

Campos de petróleo & gás no Iraque
Os xiitas iraquianos têm mais uma explicação de por que o exército desintegrou-se: porque teria sido apunhalado pelas costas pelos curdos. No esforço para afastar de si a culpa, Maliki tem dito que Erbil, a capital curda, “é quartel-general do ISIL, de Baathistas, da al-Qaeda e de terroristas”. Muitos xiitas acreditam nisso: fá-los sentir que as suas forças de segurança (em termos nominais 350 mil soldados e 650 mil policiais) falharam porque foram traídas, não porque se recusaram a lutar. Um iraquiano me disse que esteve num jantar de Iftar durante o Ramadã, com uma centena de profissionais xiitas, a maioria médicos e engenheiros, e todos aceitavam como correta a teoria de “os curdos nos apunhalaram pelas costas” para explicar tudo que saiu errado. 

Massoud Barzan
A confrontação com os curdos é importante, porque torna possível criar uma frente unitária contra o ISIL. O líder curdo, Massoud Barzani, aproveitou-se da saída do exército iraquiano para tomar todos os territórios, inclusive a cidade de Kirkuk, objeto de disputa entre curdos e árabes desde 2003. Tem agora uma fronteira comum de 600 milhas com o Califato e é um aliado óbvio para Bagdá, onde os curdos participam do governo. Ao fazer dos curdos e seu bode expiatório, Maliki garante que os xiitas não tenham aliados na luta deles contra o ISIL se o ISIL retomar seu ataque na direção de Bagdá. A fragilidade militar do governo de Bagdá foi surpresa para o ISIL e seus aliados sunitas. É pouco provável que se satisfaçam com autonomia regional para províncias sunitas e parte maior na partilha de empregos e da renda do petróleo. O levante deles está convertido em ampla contrarrevolução que visa a retomar o poder em todo o Iraque.

No momento, Bagdá vive sob pouco convicta atmosfera de guerra, como Londres ou Paris no final de 1939 ou início de 1940, e por razões similares. As pessoas temeram batalha terrível pela capital depois da queda de Mosul, mas não aconteceu até agora, e os otimistas esperam que não aconteça nunca. A vida é menos confortável que antes, em alguns dias só há quatro horas de eletricidade, mas pelo menos a guerra ainda não chegou ao coração da cidade. Seja como for, algum tipo de ataque militar, direto ou indireto, provavelmente acontecerá, tão logo o ISIL tenha consolidado seu controle sobre o território que acaba de conquistar: o grupo vê suas vitórias como inspiradas por Deus. Creem no processo de matar ou expulsar xiitas, mais do que de negociar com eles, como já demonstraram em Mosul. Alguns líderes xiitas podem estar supondo e considerando que os EUA ou o Irã sempre intervirão para salvar Bagdá, mas essas potências, hoje, relutam em pôr os pés no pântano iraquiano e apoiar um governo disfuncional.

Os líderes xiitas do Iraque ainda não se renderam ao fato de que seu tempo de dominação sobre o estado iraquiano até que os EUA derrubaram Saddam Hussein acabou-se, ou dele só resta bem pouca coisa. Acabou por causa da própria incompetência e corrupção dos xiitas e porque o levante sunita na Síria em 2011 desestabilizou o equilíbrio sectário do poder no Iraque. Três anos depois, a vitória sunita no Iraque liderada pelo ISIL ameaça romper o impasse militar na Síria.

Situação Geral no Iraque (6/8/2014)
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Assad tem conseguido avançar lenta mas firmemente contra uma oposição cada vez mais fraca: em Damasco e arredores, nas montanhas Qalamoun e na fronteira do Líbano e em Homs, forças do governo têm avançado devagar, mas já estão bem perto de cercar o encave rebelde em Aleppo. Mas as tropas de combate de Assad são visivelmente pouco densas em solo, têm de evitar grande número de baixas e só podem combater num front de cada vez. A tática do governo é devastar um distrito onde estejam os rebeldes com fogo de artilharia e bombardeio de helicópteros, forçar a maior parte da população a deixar a área, vedar o que já é um mar de ruínas e, afinal, forçar os rebeldes à rendição. Mas a chegada de grandes números de combatentes bem armados do ISIL, ainda movidos pelo entusiasmo de sucessos recentes, será novo e perigoso desafio que Assad terá de enfrentar. Eles já arrasaram duas importantes guarnições do exército sírio no leste, no final de julho (uma teoria conspiracional, para a qual muito contribuíram o restante da oposição síria e diplomatas ocidentais, segundo a qual o ISIL e Assad estariam mancomunados, já se comprovou absolutamente falsa).

É possível que ISIL decida avançar sobre Aleppo, em vez de avançar para Bagdá: é alvo mais vulnerável e com menos probabilidade de desencadear intervenção internacional. Assim se criará um dilema para o ocidente e seus aliados regionais – Arábia Saudita e Turquia: sua política oficial visa a derrubar Assad, mas o ISIL vai-se convertendo na segunda mais poderosa força militar na Síria. Se Assad cair, o Califato estará em boa posição para ocupar o lugar dele. 

Situação Geral na Síria de 17 - 25/7/2014
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Como os líderes xiitas em Bagdá, os EUA e aliados responderam com mergulho num universo de fantasia, ao crescimento do ISIL. Tentam convencer-se (e fazer-crer) que estariam alimentando uma ‘'terceira força'’ de rebeldes sírios moderados para combater contra simultaneamente Assad e ISIL, embora, em conversas privadas, diplomatas ocidentais admitam que tal grupo realmente não existe fora de um poucos bolsões sob ataque. Aymenn al-Tamimi confirmou que essa oposição apoiada pelo ocidente “está mais e mais fraca, a cada dia”; acredita que fornecer-lhe mais armas não fará qualquer grande diferença. A Jordânia, pressionada por EUA e Arábia Saudita, deve garantir plataforma de lançamento para essa aventura arriscada, mas já está procurando meio para “tirar o corpo”.

A Jordânia tem medo do ISIL disse, em Amã, um funcionário da Jordânia. – A maioria dos jordanianos deseja que Assad vença essa guerra. Disse também que a Jordânia tem de enfrentar a pressão de acomodar grande número de refugiados sírios, o equivalente a toda a população do México mudar-se, em um ano, para os EUA.

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Os pais adotivos do ISIL e de outros movimentos de sunitas jihadistas no Iraque e na Síria são a Arábia Saudita, as monarquias do Golfo e a Turquia. Não significa que os jihadistas não tenham fortes raízes locais, mais o crescimento dos movimentos foi crucialmente apoiado por potências sunitas externas. A ajuda de sauditas e qataris é basicamente financeira, em geral mediante doações privadas, que Richard Dearlove, ex-diretor do MI6, diz que foram essenciais para que o ISIL tomasse as províncias sunitas no norte do Iraque: Essas coisas não acontecem espontaneamente. Em conferência em Londres, em julho, ele disse que

(...) a política saudita para os jihadistas tem dois motivos contraditórios: medo de ter jihadistas operando dentro da Arábia Saudita; e um desejo de usá-los contra potências xiitas fora da Arábia Saudita. Disse que: (...) os sauditas são profundamente atraídos a favor de qualquer militância com chances de efetivamente desafiar o xiismo. 

É bem pouco provável que a comunidade sunita como um todo, no Iraque, se tivesse aliado ao ISIL sem o apoio que a Arábia Saudita deu direta ou indiretamente a muitos movimentos sunitas. O mesmo vale para a Síria, onde o príncipe Bandar bin Sultan, ex-embaixador dos sauditas em Washington e chefe da inteligência saudita de 2012 até fevereiro de 2014, estava fazendo todo o possível para garantir apoio à oposição jihadista, até ser demitido. Agora, assustados ante o que ajudaram a criar, os sauditas tentam mover-se agora noutra direção, prendendo voluntários jihadistas, mais do que fingindo que não veem quando partem para Síria e Iraque. Mas pode ser tarde demais.

Os jihadistas sauditas não têm grande amor pela Casa de Saud. Dia 23/7/2014, o ISIL lançou um ataque contra um dos últimos quartéis do exército sírio na província de Raqqa, no norte. Começou com um ataque de suicida em carro-bomba. O veículo era dirigido por um saudita, Khatab al-Najdi, que colou, nas janelas do carro, fotos de três mulheres presas em prisões sauditas; uma delas, Hila al-Kasir, sua sobrinha. 

Fronteira Líbano-Síria - Religiões
O papel da Turquia tem sido diferente, mas não menos significativo que o da Arábia Saudita, ajudando o ISIL e outros grupos jihadistas. A mais importante ação da Turquia tem sido manter aberta sua fronteira de mais de 800 quilômetros, com a Síria. Com isso, ISIL, al-Nusra e outros grupos da oposição têm sempre uma saída/entrada pela retaguarda, por onde receber homens e armas. Os pontos de passagem na fronteira têm sido locais da disputas mais encarniçadas durante a “guerra civil dos rebeldes, dentro da guerra civil”. Muitos jihadistas estrangeiros cruzaram a Turquia na viagem rumo à Síria e ao Iraque. É difícil obter números precisos, mas o Ministério do Interior do Marrocos disse recentemente que 1.122 jihadistas marroquinos haviam entrado na Síria, incluídos os 900 que viajaram em 2013, 200 dos quais foram mortos. A segurança iraquiana suspeita de que a inteligência militar turca tenha-se envolvido profundamente na ajuda ao ISIL, quando se reconstituía, em 2011. Relatos que chegam da fronteira turca informam que o ISIL já não é bem-vindo; mas com as armas capturadas do exército iraquiano e a tomada de campos de petróleo e gás sírios, o ISIL já não carece tanto de ajuda externa.

Para EUA, Grã-Bretanha e demais potências ocidentais, o crescimento do ISIL e do Califato é desastre total, absoluto. 

Fosse qual fosse o objetivo de terem invadido o Iraque em 2003 e de tantos esforços para derrubar Assad na Síria desde 2011, com certeza não o fizeram para ver surgir um estado jihadista que só faz crescer no norte do Iraque e Síria, comandado por movimento cem vezes maior e muito mais bem organizado que a al-Qaeda de Osama bin Laden. A guerra ao terror, pela qual se feriram de morte as liberdades civis e na qual se consumiram centenas de bilhões de dólares, falhou miseravelmente. 

A crença de que o ISIL estaria interessado só em lutas de “muçulmanos contra muçulmanos” é mais um exemplo de pensamento delirante desejante: o ISIL já mostrou que combaterá contra qualquer um que não se renda à sua variante puritana, pervertida e violenta de islamismo. A grande diferença ente o ISIL e a al-Qaeda é que é movimento militar bem organizado, que se dedica a selecionar cuidadosamente os próprios alvos e o momento ótimo para atacá-los.

Em Bagdá, muitos contam com que os excessos do ISIL – explodir mesquitas e violar santuários, como em Younis (Jonah) em Mosul – acabará por levar os sunitas a se afastarem do movimento. É possível que aconteça, no longo prazo; mas opor-se ao ISIL é extremamente perigoso e, por sua brutalidade, está podendo oferecer vitórias a uma comunidade sunita sempre perseguida e derrotada. Até os sunitas em Mosul, que não gostam deles, temem um retorno de algum governo iraquiano vingativo dominado por xiitas. Até aqui, a resposta de Bagdá ante a própria derrota foi bombardear Mosul e Tikrit indiscriminadamente, o que indica claramente à população local que o governo de Maliki não está preocupado nem com a sobrevivência de civis. O medo não mudará, nem se Maliki for substituído por um primeiro-ministro mais conciliador. 

Em Mosul, um sunita, pouco depois de um míssil disparado por forças do governo explodir na cidade, escreveu-me:

Forças de Maliki já demoliram a Universidade de Tikrit. São só escombros e confusão por toda a cidade. Se Maliki nos pegar em Mosul, matará todo mundo ou criará uma multidão de refugiados. Rezem por nós.

Esse tipo de avaliação é frequente e indica que é cada vez menos provável que os sunitas se levantem em oposição ao ISIL e seu Califato.

Nasceu um estado: novo e aterrorizante.
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[*] Patrick Cockburn (nasceu 05 de março de 1950) é um jornalista irlandês que tem sido correspondente no Oriente Médio desde 1979 para o Financial Times e, atualmente, The Independent. Está entre os comentaristas mais experientes no Iraque; escreveu quatro livros sobre a história recente do país. Recebeu o vários prêmios por seu trabalho incluindo o Prêmio Gellhorn Martha em 2005, o Prêmio James Cameron em 2006 e o Prêmio Orwell de Jornalismo em 2009. Cockburn escreveu três livros sobre o Iraque: One, Out of the Ashes: The Resurrection of Saddam Hussein, escrito em parceria com seu irmão Andrew Cockburn, antes da guerra no Iraque. O mesmo livro foi mais tarde re-publicado na Grã-Bretanha com o título:  Saddam Hussein: An American Obsession. Mais dois foram escritos por Patrick sozinho após a invasão dos EUA e após a sua reportagem premiada do Iraque. Escreve também para CounterPunch e London Review of Books.
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Observação da redecastorphoto
[1] Califato (neologismo) termo tal como é escrito nas traduções do pessoal da Vila Vudu não foi encontrado registro em nenhum dicionário na língua portuguesa que tenhamos tido acesso Todos reproduzem, com mais ou menos detalhes, as definições de califado do Dicionário Houaiss a seguir:
.
califado (Dicionário Houaiss)
s.m. (1651) 1  jur no direito muçulmano, conjunto de princípios seguidos por chefes políticos e religiosos após a morte de Maomé (c570-632) 2 dignidade ou jurisdição ('poder') de califa 3  p.met. área ou território governado por um califa 3.1  p.ext. governo de um califa 3.2  p.ext. tempo de duração do governo de um califa ¤ etim califa + -ado.
Definições semelhantes podem ser encontradas nos Dicionários Caldas Aulete e Laudelino Freire (Ed. A Noite) por nós consultados.

Existe um registro de “Califato” no Dicionário Nossa Língua Portuguesa que diz:

No momento não dispomos do significado de califato. Ou a grafia da palavra califato está incorreta ou essa palavra ainda não foi adicionada ao nosso banco de dados.

Provavelmente é um anglicismo derivado de califate:

Translation and Meaning of califato in Almaany English-Portuguese Dictionary
califate:
califato, domínio de um califa

Synonyms and Antonymous of the Word califato in Almaany dictionary
 

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