O psicopata e o sociopata

Clique aqui para comentar esta publicação


Tipos e Níveis de Psicopatias

O psicopata e o sociopata
No site “Psicopatia – O perigo pode estar mais perto do que imaginamos”, podemos ler que:


“Dentre as variações da Psicopatia, o Psicopata Social é aquele que causa sofrimento a um grupo de pessoa, uma comunidade ou até mesmo a sociedade como um todo, sem esboçar qualquer arrependimento. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Não existe ramo de atuação humana onde se encontra mais esse tipo do que na política (com honradas exceções é claro). Estes manipuladores sociais roubam, mentem, trapaceiam, caluniam, e nunca acham que fazem alguma coisa de errado; não estão nem aí para o sofrimento alheio. 

Geralmente possuem uma esperteza superior, uma inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está a sua volta. Não são Sábios, são inteligentes, porque o sábio usa o seu raciocínio e o seu saber para a resolução dos problemas dele e de todos, pensando sempre no crescimento e na felicidade coletiva.

Justamente por achar que não faz nada de errado, o Psicopata Social repete seus erros e não conhece emoções e sentimentos nobres tais como o arrependimento, a solidariedade, o amor ao próximo e a compaixão. O país que se dane, a cidade que se dane, o povo que se dane! É assim que ele pensa no seu íntimo. A habilidade de mentir e manipular despudoradamente, muitas vezes sem levantar suspeitas, de hipnotizar plateias com sua lábia, seu dom de oratória, faz com que ele se saia bem na política e na liderança de grupos. Vide: Mussolini, Hitler, Nero, Átila, Collor, etc. são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando necessário, com a destreza e o talento de um brilhante ator.

Os Psiquiatras defendem que, apesar desta mentalidade doentia, eles devem ser responsabilizados pelos seus erros, porque possuem plena consciência de que seus atos não são corretos. E se cometem crimes, devem ir para cadeia como os outros criminosos por ameaçar a convivência sadia, justa e harmônica da sociedade.” 1

Embora a psicopatia seja popularmente associada a pessoas violentas, com aparência insana – ou seja, facilmente identificáveis -, tal associação é comumente errônea porque difere do que as pessoas normalmente acreditam; psicopatas, em sua maioria, não são assassinos. Assim como nem todos os assassinos são psicopatas. Pelo contrário, existe na população mundial cerca de 4% (3% homens; 1% mulheres) de pessoas com esse distúrbio, entretanto, apenas 1% dessas podem chegar a cometer assassinatos e delitos graves. Sendo assim, são muito difíceis de serem diagnosticados e reconhecidos, pois são pessoas muito dissimuladas, com comportamento duplo (socialmente são vistos como “anjos” comportados, por ex., quando na realidade escondem um comportamento contrário: são verdadeiros “demônios”). 2

Uma das questões mais preocupantes desta teoria é que cerca de 4% da população mundial são sociopatas, ou seja, aproximadamente 280.000.000 de indivíduos, num total de 7 bilhões de pessoas (70.000.000 mulheres e 210.000.000 homens)! Será que tem sociopatas suficientes para ocuparem todos os cargos de poder do planeta?

Por razões culturais são tidos apenas como psicopatas os famosos Serial Killers de filmes americanos: Hannibal Lecter (“O Silêncio dos Inocentes”, “Dragão Vermelho” e “Hannibal”); Coringa (“Batman – Cavaleiro das trevas”); Anton Chigurh (“Onde os fracos não tem vez”); John Doe (“Os Sete Crimes Capitais”); Norman Bates (“Psicose”); Alex DeLarge (“Laranja Mecânica”), John Ryder (A Morte Pede Carona), Jack, o Estripador (Do Inferno), Hayley Stack (Menina Má.Com); Jean-Baptiste Grenouille (Perfume, A História de um Assassino); Patrick Bateman (Psicopata Americano); Jigsaw (Jogos Mortais); etc.

Assim como também são considerados psicopatas os grandes assassinos da história humana: Adolf Hitler (Áustria/Alemanha, 1889-1945, 6 milhões de mortes); Átila (rei dos Hunos, 406-453); Barão Ungern-Sternberg (Rússia, 1886-1921); Calígula (12 d.C.-41 d.C.); Charles Manson (EUA, 1934); Condessa Isabel Báthory (Hungria, 1560-1614); Dr. Kamuzu Banda (1896?-1997) Ditador da Malawi; Gengis Khan, imperador Mongol (1162-1227, Dezenas de milhões de mortes); Heinrich Himmler (1900-1945). Comandante da SS; Id Amin Dada (Uganda, 1920-2003, 500 mil mortes); Justiniano I, Imperador Bizantino (483-565); Mao Tse-Tung (China, 1893-1976, 70 milhões de mortes); Nero (37-68); Nicolau Ceausescu (Romênia, 1918-1989); Papa Doc (François Duvalier), ditador do Haiti (1907-1971); Pol Pot(Salot Sahr, Tirano cambojano (1925-1998), 32 milhões de mortes).;Joseph Stalin (Geórgia, 1878-União Soviética-Rússia, 1953, 25 milhões de mortes); Tamerlão (Turquia, 1336-1405); Torquemada(Espanha, 1420-1498); Slobodan Milosevic (Iugoslávia, 230 mil mortes); Benito Mussolini (Itália, 440 mil mortes); Hadji Mohamed Suharto (Indonésia, 750 mil mortes); Theoneste Bagosora (Ruanda, 800 mil mortes); Saddan Hussein (Iraque, 2 milhões de mortes).

Estes nomes citados, muitos conhecidos por quase toda a humanidade, traduzem tipos diferentes de assassinos, que podem ser classificados em três tipos:

Matador de Massa: Mata quatro ou mais vítimas em um só local, num só evento. Em geral, sua explosão de violência é dirigida para o grupo que supostamente o oprimiu, ameaçou ou rejeitou.

Serial killer: São indivíduos que cometem uma série de homicídios com um intervalo entre eles, durante meses ou anos, até que seja preso ou morto. As vítimas têm o mesmo perfil (prostitutas, mochileiros, crianças, idosos) e mesma faixa etária, sexo, raça etc. As vítimas são escolhidas ao acaso dentro deste perfil e mortas sem razão aparente; ela é objeto da fantasia do serial killer.

Spree Killer (Matador Impulsivo): As vítimas dele estão no lugar errado, na hora errada. O criminoso mata várias pessoas num período de horas, dias ou semanas, e não passa por fases e se acalma até precisar matar novamente. Ele pode parar de matar tão rápido quanto começou. 3

Já os sociopatas são habitualmente desconhecidos pelos leigos e normalmente classificados como “Personalidades Dissociais não assassinas”!

Estudos avaliam as diferenças entre os psicopatas não criminosos e os psicopatas criminosos. Tais estudos não chegam a uma opinião conclusiva para a questão: os psicopatas não criminosos não cometeram crimes ou apenas conseguiram ludibriar a polícia? As avaliações feitas nesses dois grupos de psicopatia mostraram semelhanças no comportamento de ambos, quase indistinguíveis. Os estudos revelam também que a personalidade e a propensão para atitudes imorais são semelhantes entre os grupos. O que os diferencia basicamente seria o meio onde o indivíduo está inserido, se beneficiado com educação e segurança familiar, a faceta criminosa não seria instalada.

Esses estudos visam principalmente desmistificar algumas ideias acerca dos psicopatas que normalmente são associados a maníacos criminosos com disfunções neurológicas. Ao contrário do que se pensa a maioria dos psicopatas não são violentos e a maioria das pessoas violentas não é psicopata.

Especialistas dizem que os psicopatas em sua grande maioria são homens. Os motivos para esta desproporção entre os gêneros ainda é desconhecido. A frequência entre as populações é praticamente a mesma, não havendo alterações estatísticas entre ocidentais e orientais e nem entre populações que tem ou não acesso a culturas modernas. 1

Este mesmo artigo continua, dizendo:

“O psicopata define-se por uma procura contínua de gratificação psicológica, sexual, ou impulsos agressivos e da incapacidade de aprender com os erros do passado. Usando terminologia freudiana, a personalidade psicopática ocorre quando o ego não pode mediar entre o id e o superego, permitindo assim o id de se reger pelo princípio do prazer, e o superego não tem nenhum controle sobre as ações do ego. Em outras palavras, os indivíduos com esta desordem ganhariam satisfação através dos seus comportamentos antissociais, associados à falta de consciência.

Dentre tantas peculiaridades do psicopata a que mais chama a atenção é a ausência de culpa. O psicopata usa as pessoas para obter o que deseja, seja usando a crueldade para obter prazer, ou através da usura e exploração. Tem para si que seus atos não são maléficos e não causam nenhum dano a outrem, assim como não reconhecem suas atitudes como erradas. Ele não entende porque as pessoas ficam aterrorizadas perante suas atitudes. Isso se deve ao fato dele não reconhecer os sentimentos humanos, não podendo, assim, ter uma empatia com o outro. Além disso, diferentemente do que se pensa essa patologia não causa delírios ou alucinações.

A psicopatia muitas vezes se manifesta ainda na infância e geralmente é confundida com agressividade. Crianças que manifestam crueldade gratuita, principalmente com animais, devem ser bem observadas.

Nas situações em que o psicopata não pratica atos passíveis de punição judicial, pode ter uma ascensão profissional digna de nota. Prejudicando os colegas e sendo desprovido de escrúpulos para obter benefícios próprios, o psicopata consegue, por exemplo, subir de cargo em uma empresa, ou manter-se no poder usando subterfúgios imorais ainda que sem cometer atos ilícitos. Quem não conhece alguém assim?” 1

A diferença entre os tipos de Personalidades Dissociais pode estar no seu “grau” de patologia:

“O psicopata é facilmente identificado como aquele indivíduo exemplar, muito bem educado e gentil, muitas vezes sociáveis e simpáticos. Geralmente, eles têm fama de muito bem comportados, os que causam menos confusões em lugares como escolas e ambiente de trabalho – não raro, recebem elogios diversos de professores, chefes, funcionários etc. Em suma, são tidos como aqueles indivíduos que a maioria das pessoas nunca imaginaria nenhuma atrocidade vinda desse ser. Quando cometem algum tipo de maldade ou crime, frequentemente as pessoas ao seu redor ficam surpresas e têm dificuldade em acreditar nesses relatos. Entretanto, em contraste com tais características, um ponto muito comum entre todos os psicopatas é o ambiente intrafamiliar marcado por diversos e extensos conflitos; todo psicopata tem um ambiente familiar conturbado, permeado por constantes discussões e brigas.”

Psicopata comunitário ou de grau leve

A maioria dos psicopatas corresponde àqueles de grau leve, por isso, geralmente não satisfazem totalmente todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial. Eles são os psicopatas mais comuns, tendem a exibir poucos critérios e são aqueles que dificilmente matam; entretanto, são os mais difíceis de serem diagnosticados porque tendem a se passar despercebidos no ambiente social, caracterizando o “psicopata comunitário”. Geralmente, possuem inteligência média ou até mesmo maior que a média, mas são frios, racionais, mentirosos, não se importam com os sentimentos alheios e são os psicopatas ditos dissimulados: escondem tais características de forma que pouquíssimas pessoas consigam perceber, são muito manipuladores. Muitas vezes estão ao lado de todos e ninguém consegue perceber isto. Eles podem ser desde um falso colega oportunista que vive se fazendo de vítima, até trapaceiros, parasitas sociais, políticos, empresários e religiosos. Esse psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos – por algum motivo ilícito – vão para a prisão, são tidos como presos “exemplares” pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos, comportados, não arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes coitadinhos, a ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela pessoa tão calma pôde cometer alguma atrocidade. Exatamente por isso, são os que mais facilmente conseguem enganar a todos, fazendo com que diminuam o tempo de pena na cadeia. Do ponto de vista infantil, esses indivíduos podem ou não ter traumas significantes que possam ter sido considerados agravantes do transtorno mas, de forma geral, tiveram uma educação aparentemente normal. Comumente foram crianças com grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua aparência de docilidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza, insensibilidade, e intolerância à frustração – que podem ser evidentes em condutas como maltratar coleguinhas, animais, mentir etc. 4

Psicopata antissocial ou de grau moderado a grave

Já o psicopata de grau moderado a grave corresponde àqueles que satisfazem quase ou todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial e são os psicopatas deliberadamente antissociais. Esses psicopatas têm uma alta tendência a se enquadrarem por exemplo, na categoria serial killers. A maioria apresenta as mesmas características do psicopata comunitário, entretanto apresentam condutas que os colocam contra à sociedade em geral fazendo com que sejam mais facilmente inseridos no meio carcerário. São menos frequentes, entretanto, uma vez que satisfazem quase ou todos os critérios para a personalidade antissocial, eles são aqueles que estão mais facilmente vulneráveis a delitos graves e chocantes. Eles geralmente são agressivos, impulsivos, frios, sádicos, mentirosos, não possuem empatia e são mais facilmente associados a psicopatas autores de grandes golpes ou assassinos e serial killers, entretanto, escondem tais características de forma que socialmente são vistos como pessoas normalíssimas, cujos verdadeiros instintos ninguém é capaz de desconfiar. Os de grau moderado geralmente estão mais infiltrados no meio das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Os que apresentam um grau muito grave, frequentemente são assassinos sádicos, ou seja, obtêm prazer (principalmente sexual) ao ver o sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria – esta ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por discussões frequentes. Totalmente frios, sem remorso e ausentes de sentimentos carinhosos para com outros seres humanos, esses indivíduos não conseguem conter por muito tempo seus impulsos sádicos – embora saibam perfeitamente que seu comportamento é inapto e totalmente repudiado pela sociedade. É comum nessas pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes estímulos – inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam. Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais reservadas ou introvertidas, mas que, por vezes, apresentavam traços de transtorno de conduta.” 4

Millon (1998) desenvolveu também uma subtipologia dos psicopatas, por sinal, de interesse clínico maior que a subtipologia de Blackburm. A idéia de Millon foi dirimir as contradições entre numerosas visões que se têm sobre o psicopata. Mesmo considerando diversos subtipos de psicopatas, Millon deixa claro que existem elementos comuns a todos os grupos: um marcado egocentrismo e um profundo desprezo pelos sentimentos e necessidades alheias.

Com finalidade exclusivamente didática, foi modificada, condensada e sistematizada a subtipologia de Millon da seguinte forma: 5

1 – O Psicopata Carente de Princípios: Este tipo de psicopata se apresenta frequentemente associado às personalidades narcisistas e histéricas. Podem até conseguir manter-se com êxito nos limites do legal. Estes psicopatas exibem com arrogância um forte sentimento de autovalorização, indiferença para com o bem estar dos outros e um estilo social continuamente fraudulento. Existe neles sempre a expectativa de explorar os demais (esse traço pode corresponder ao estilo dominante dos Psicopatas Primário e Secundário de Blackburn).

Há neles uma consciência social bastante deficiente e se faz notória uma grande inclinação para a violação das regras, sem se importarem com os direitos alheios. A irresponsabilidade social se percebe através de fantasias expansivas e de grosserias, contumazes e persistentes mentiras.

Falta, nesses Psicopatas Carentes de Princípios, o Superego. Essa falta é responsável pelos seus relacionamentos inescrupulosos, amorais, desleais e exploradores. Podem estar presentes entre sociedades de artistas e de charlatões, muitos dos quais são vingativos e desdenhosos com suas vítimas.

O psicopata sem princípios mostra sempre um desejo de correr riscos, sem experimentar temor de enfrentar ameaças ou ações punitivas. São buscadores de novas sensações. Suas tendências maliciosas resultam em frequentes dificuldades pessoais e familiares, assim como complicações legais.

Estes psicopatas narcisistas funcionam como se não tivessem outro objetivo na vida, senão explorar os demais para obter benefícios pessoais. Eles são completamente carentes de sentimentos de culpa e de consciência social. Normalmente sua relação com os demais dura tempo suficiente em que acredita ter algo a ganhar.
Os Psicopatas Carentes de Princípios exibem uma total indiferença pela verdade, e se são descobertos ou desmascarados, podem continuar demonstrando total indiferença. Uma de suas maiores habilidades é a facilidade que têm em influenciar pessoas, ora adotando um ar de inocência, ora de vítima, de líder, enfim, assumindo um papel social mais indicado para a circunstância. Podem enganar a outros com encanto e eloquência. Quando castigados por seus erros, ao invés de corrigirem-se, podem avaliar a situação e melhorar suas técnicas em continuar a conduta exploradora. Carentes de qualquer sentimento de lealdade, juntamente com uma extrema competência em desempenhar papéis, os psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência de amabilidade e cortesia.

2 – O Psicopata Malévolo: As características que Millon atribui aos subtipos Malévolo, Tirânico e Maléfico, foram reunidas por razões didáticas e por considerar que todos três comumente se manifestam numa mesma pessoa.

Os Psicopatas Malévolos são particularmente vingativos e hostis. Seus impulsos são descarregados num desafio maligno e destrutivo da vida social convencional. Eles têm algo de paranóico na medida em que desconfiam exageradamente dos outros e, antecipando traições e castigos, exercem uma crueldade fria e um intenso desejo de vingança.

Além desses psicopatas repudiarem emoções ternas, há neles uma profunda suspeita de que os bons sentimentos dos demais são sempre destinados a enganá-los. Adotam uma atitude de ressentimento e de propensão a buscar revanche em tudo, tendendo a dirigir a todos seus impulsos vingativos. Alguns traços desses psicopatas se parecem com os sádicos e/ou paranóides, com características beligerantes, mordazes, rancorosos, viciosos, malignos, frios, brutais, truculentos e vingativos, fazendo, dessa forma, com que muitos deles se revelem assassinos e assassinos seriais.

Quando os Psicopatas Malévolos enfrentam à lei e sofrem sanções judiciais, ao invés de se corrigirem, aumentam ainda mais seu desejo de vingança. Quando se situam em alguma posição de poder, eles atuam brutalmente para confirmar sua imagem de força.

Irritados pelo frequente repúdio social que despertam, esses Psicopatas Malévolos estão continuamente experimentando uma necessidade de retribuição agressiva, a qual pode, eventualmente, expressar-se abertamente em atentados coletivos ou atitudes antissociais (a luta sociedade versus eu). De qualquer forma, nunca demonstram o mínimo sentimento de culpa ou arrependimento por seus atos violentos. Ao invés disso, mostram uma arrogante depreciação pelos direitos dos outros.

É curioso o fato de esses psicopatas serem capazes de dar uma explicação racional aos conceitos éticos, capazes de conhecerem a diferença entre o que é certo e errado, mas, não obstante, são incapazes de experimentar tais sentimentos.

A noção ética faz com que o Psicopata Malévolo defina melhor os limites de seus próprios interesses e não perca o controle de suas ações. Esse tipo de psicopata se encontra entre os mais ameaçadores e cruéis. Ele é invariavelmente destrutivo, sem misericórdia e desumano. A noção de certo-errado faz com que esses psicopatas sejam oportunistas e dissimulem suas atitudes ao sabor das circunstâncias, ou seja, diante da autoridade jamais atuam sociopaticamente. Portanto, eles são seletivos na eleição de suas vítimas, identificando sujeitos mais vulneráveis a sua sociopatia ou que mais provavelmente se submetam aos seus caprichos. Mais que qualquer outro bandido, este psicopata desfruta prazer em proporcionar sofrimento e ver seus efeitos danosos em suas vítimas.

3 – O Psicopata Dissimulado: seu comportamento se caracteriza por um forte disfarce de amizade e sociabilidade. Apesar dessa agradável aparência, ele oculta falta de confiabilidade, tendências impulsivas e profundo ressentimento e mau humor para com os membros de sua família e pessoas próximas.

Na realidade, poderíamos comparar o Psicopata Dissimulado como uma mistura bastante piorada dos transtornos Borderline e Histérico da Personalidade. Isso significa que ele pleiteia um estilo de vida socialmente teatral, com persistente busca de atenção e excitação, permeada por um comportamento muito sedutor.

Por essas características Millon já considerava o Psicopata Dissimulado como uma variante da Personalidade Histriônica, continuamente tentando satisfazer sua forte necessidade de atenção e aprovação. Essas características não estão presentes no Psicopata Carente de Princípios ou no Malévolo, os quais centram em si mesmo sua preocupação e são indiferentes às atitudes e reações dos outros.

Esse subtipo dissimulado costuma exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, comportamentos imaturos de contínua busca de sensações. Seguindo as características básicas e comuns a todos os psicopatas, o dissimulado também tende a conspirar, mentir, a ter um enfoque astuto para com a vida social, a ser calculista, insincero e falso. Muito provavelmente ele não admite a existência de qualquer dificuldade pessoal ou familiar, e exibe um engenhoso sistema de negações. As dificuldades interpessoais são racionalizadas e a culpa é sempre projetada sobre terceiros.
A contundente falsidade é a característica principal deste subtipo. O Psicopata Dissimulado age com premeditação e falsidade em todas suas relações, fazendo tudo o que for necessário para obter exatamente o que quer dos outros. Por outro lado, diferentemente do Psicopata Carente de Princípios ou do Psicopata Malévolo, parece desfrutar prazerosamente do jogo da sedução, obtendo excitação nas conquistas.

Mesmo aparentando intenções de proteger certas pessoas, o Psicopata Dissimulado é frio, calculista e falso, caracterizando mais ainda um estilo fortemente manipulador. Essa característica pode ser consequência da convicção íntima de que ninguém poderá amá-lo ou protegê-lo, a menos que consiga manipular a todos. Apesar de reconhecer que está manipulando seu entorno social, tenta convencer aos outros de que suas intenções são boas e que suas atitudes são, no mínimo, bem intencionadas.

Quando as pessoas com esse tipo de psicopatia são pressionadas ou confrontadas, sentem-se muito encabuladas e suas reações oscilam entre a explosão agressiva e vingança calculista. A característica afabilidade dos Psicopatas Dissimulados é superficial e extremamente precária, estando sempre predispostos a depreciarem imediatamente a qualquer um que represente alguma ameaça à sua hegemonia, chegando mesmo a perderem o controle e explodirem em cólera.

4 – O Psicopata Ambicioso: persegue avidamente seus engrandecimentos. Os Psicopatas Ambiciosos sentem que a vida não lhes tem dado tudo o que merecem que têm sido privados de seus direitos ao amor, ao apoio, ou às gratificações materiais. Normalmente acham que os outros têm recebido mais que eles, e que nunca tiveram oportunidades de uma vida boa.

Portanto, estão motivados por um desejo de retribuição, de compensar-se pelo que tem sido despojado pelo destino. Através de atos de roubo ou destruição, se compensam a si mesmos pelo vazio de suas vidas, sem importar-lhes as violações que cometam à ordem social. Seus atos são racionalizados através da ideia de que nada fazem senão restaurar um equilíbrio alterado.

Para os Psicopatas Ambiciosos que estão somente ressentidos, mas que ainda têm controle minimamente crítico de seus atos, pequenas transgressões e algumas aquisições são suficientes para aplacar essas motivações. Mas para aqueles que têm estas características psicopáticas mais desenvolvidas, somente a usurpação de bens e coisas alheias podem satisfazê-los.

O prazer psicopático nos ambiciosos está baseado mais em tomar do que em ter. Como a fome que os animais experimentam em relação à presa, os Psicopatas Ambiciosos têm um enorme impulso para a rapinagem, e tratam os demais como se fossem peões num tabuleiro de xadrez de poder.

Além de terem pouca consideração pelos efeitos de sua conduta, sentindo pouca ou nenhuma culpa pelos efeitos de suas ações, como os demais psicopatas, os ambiciosos nunca chegam a sentir que tem adquirido o bastante para compensar suas privações. Independentemente de suas conquistas, permanecem sempre ciumentos e invejosos, agressivos e ambiciosos, exibindo todas as vezes que podem posses e consumo ostentoso.

A maioria deles é totalmente centrada em si mesma, contribuindo isso para sua comum atitude libertina e em busca de sensações. Esses psicopatas nunca experimentam um estado de completa satisfação, sentindo-se não realizados, vazios, desolados, independentemente do êxito que possam ter obtido. Insaciáveis, estão sempre convencidos de que serão despojados de seus direitos e desejos.

Ainda que o subtipo ambicioso seja parecido, em alguns aspectos, ao Psicopata Carente de Princípios, ele exerce uma exploração mais ativa e sua motivação central é manifestada através da inveja e apropriação indevida das posses alheias. O Psicopata Ambicioso experimenta não só um sentimento profundo de vazio, senão também uma avidez poderosa de amor e reconhecimento que, segundo ele, não lhe ofereceram na infância.

5 – O Psicopata Explosivo: diferencia-se das outras variantes pela emergência súbita e imprevista de hostilidade. Estes psicopatas são caracterizados por fúria incontrolável e ataque a outros, furor este frequentemente descarregado sobre membros da própria família. A explosão agressiva se precipita abruptamente, sem dar tempo de prevenir ou conter.

Sentindo-se frustrados e ameaçados, estes Psicopatas Explosivos respondem de uma maneira volátil, daninha e mórbida, fascinando aos demais pela brusca forma com que os surpreende.

Desgostosos e frustrados na vida, estas pessoas perdem o controle e buscam vingança pelos alegados maus tratos a que foram precocemente submetidos. Em contraste com outros psicopatas, esses não se movem de maneira sutil e afável. Pelo contrário, seus ataques explodem incontrolavelmente, quase sempre, sem nenhuma provocação aparente. Esta qualidade de beligerância súbita, tanto quanto sua fúria desenfreada distingue estes psicopatas dos outros subtipos. Muitos são hipersensíveis aos sentimentos de traição, a ponto de fantasiarem deslealdades o tempo todo. 5

Para fins de definição desta teoria, já que o tema não está esgotado nem definido, vou usar o termo “psicopata” para os portadores de Transtornos Dissociais que cometem crimes violentos e sem remorso ou culpa, tipo os serial killers e os ditadores sanguinários e o termo “sociopata” para aqueles que amam o poder a qualquer preço e fazem qualquer coisa para chegar até ele (mentiras, conchavos, subornos, formação de quadrilhas, corrupção, lavagem de dinheiro, falso testemunho, diletantismo, hipocrisia, conluios, etc.), menos assassinatos em massa.

A razão para lançar esta teoria é o fato de existirem muitos estudos sobre psicopatas assassinos (de serial killers a ditadores sanguinários), mas só recentemente estão surgindo alguns estudos com sociopatas crianças, assim como nossos possíveis amigos e parentes, além de colegas e chefes no trabalho; mas pouca atenção ainda dirigida aos que ocupam cargos de poder político e/ou religioso!

Vamos ver estes temas na próxima página.

Fontes:
http://www.psicopatia.com.br/psicopata.php
http://www.ansiedadedepressao.com/home/sobrevivendo-a-um-psicopata
http://www.serialkiller.com.br/index1.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidade_antissocial
http://www.fae.br/cur_psicologia/literaturas/Psicopatia_e_Sociopatia.


Gostou? Compartilhe esta publicação nas redes sociais



0 comentários:

Postar um comentário