Profanações e sacrilégios marcam o Carnaval de 2017.
Por Hermes Rodrigues Nery | FratresInUnum.com
Em um ano emblemático por efemérides que
marcam a história da Igreja, muitos católicos se chocaram com o que
viram no Carnaval desse ano, a começar pela profanação explícita com o
ingresso da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no sambódromo
paulista, nas primeiras horas da madrugada de 25 de fevereiro, sob as
bênçãos do clero paulista. Mas outros desfiles também ousaram com
iniciativas que até há poucos anos seriam impensáveis. Outras escolas de
samba investiram no tema do sincretismo religioso, levando para a
avenida imagens sagradas, profanando-as.
Um Cristo crucificado foi
exibido pela Escola de Samba Mangueira, do Rio de Janeiro, em plena
avenida Marquês de Sapucaí, enquanto os foliões viviam a pujança do carpe diem.
Outras imagens chocantes, como a de São João Batista menino, com o
cordeiro, símbolo da pureza. São João Batista que foi martirizado por
justamente reprovar o adultério e o pecado capital da luxúria, exaltados
pelo Carnaval.
Tudo isso ocorre não de forma natural e espontânea, mas como um aprofundamento do processo de reengenharia social, que tem como alvo atingir a fé católica. Seria preciso o desmonte da Igreja como instituição, e para isso, ano a ano, as forças anticristãs vão agindo, com sutilezas, avançando cada vez mais, especialmente quando constatam que as autoridades religiosas (principalmente o clero) já não reagem mais. E ainda vão alargando as concessões, as omissões, muitos até buscando justificativas para anuir com os ataques contra a sã doutrina católica.
E ainda também os foliões da Unidos da Vila Maria, durante os ensaios, podiam ler a letra do samba-enredo, num folheto de papel couchê, de boa gramatura, patrocinado pela Mediatal (Inove, Imprima, Impressione), aonde no verso se faz propaganda de Fantasia-Arte Sacras, no valor de R$ 370,00 (até 20/11), R$ 400,00 até 20/12), após essa data R$ 450,00.
O sincretismo religioso no Carnaval 2017
não é desproposital. Faz parte de uma estratégia de, aos poucos,
impregnar o relativismo religioso na opinião pública, associando
religião como mero fenômeno cultural, e igualando a fé católica como
mais uma manifestação cultural. Com isso, a religião sendo tratada como
mera cultura, vai perdendo o sentido unitivo (de religare) com Deus, e,
com isso, a grave consequência de um desligamento, que tornam os
católicos cada vez mais como filhos pródigos, vulneráveis à decadência, à
violência e à barbárie.
Somente a fidelidade à sã doutrina é
capaz de dar vigor ao corpo da Igreja, sem o qual fica vulnerável às
piores enfermidades. É certo de que ela não tombará de vez (pela força
do Espírito Santo, e dos poucos que se mantiverem fiéis a sã doutrina),
mas não haverá como fugir das dores, do “choro e do ranger de dentes”,
daqueles que nada fazem para os remédios necessários.
Assim, como
ocorreu com o Império Romano (que a Igreja soube resgatar das cinzas,
porque fez vicejar a sã doutrina), lembrando o que Daniel Rops dissera:
“como um corpo humano já gasto pela velhice chama as doenças, assim o
Império cerca de 400, chamava pelos bárbaros”. O tempo atual não é
similar, mas mais grave ainda que a crise do séc. IV, pois os inimigos
da Igreja, com a conivência de quem deveriam defendê-la, padece não
somente dos graves tumores cujos sintomas estão aí expostos, como também
do crescente desligamento com o divino.
O triste disso tudo é que o
processo de desmonte da catolicidade ocorre sob o patrocínio, as
bençãos, o apoio e a omissão do clero.
Hermes Rodrigues Nery é Coordenador do Movimento Legislação e Vida
As fotos completas podem ser vistas aqui.
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